Jorge Vinícius, o Jorginho, foi atropelado quando voltava de uma surfsession na Prainha, por um homem que dirigia alcolizado e hoje faz parte do projetoIgualdade para Todos, que foi criado por Evelyne Telles, professora da escolinha Jerônimo Telles, que fica no Recreio, no Rio de Janeiro. Jerônimo Telles é marido dela e a ajuda a realizar esse trabalho.
Hoje, no último dia do Brasil Surf Pro, que aconteceu na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, Jorginho conversou comigo sobre a sua nova fase de surfista adaptado e comenta como é viver esses momentos.
Ele disse que agora seu próximo passo é surfar na Prainha, disse que se sente extremamente feliz e acolhido quando está na escolinha do Jê e faz elogios ao trabalho do Adapt Surf, porém acha que esses treinos deveriam se prolongar para mais de uma vez na semana, em períodos normais e não somente quando há eventos de surf, para que as pessoas que não frequentam campeonatos de surf, também tenham acesso ao trabalho que eles fazem e para que os alunos tenham mais treinos no mar.
Perguntei ao Jorginho, como ele se sentia dentro da água, depois do acidente, se a sensação é a de “primeira vez”, ou se é como se ele revivesse os velhos tempos, ele me disse que se sente como uma nova pessoa, mas que a sensação é a mesma – “quando eu caio lá no Jê, tenho uma sensação muito boa, só não me sinto bem isolado. No meu coração, me sinto estranho quando fico isolado, isso pra mim não é inclusão, inclusão são todos juntos, pessoas com deficência, ou não, fazer as coisas separado é exclusão. Inclusão pra mim é o que eu faço com o Jê, por exemplo, estávamos treinando Rugby, quando acabava o Rugby, o pessoal da escolinha ficava todo junto, isso é inclusão.”
Perguntei também o que mudou então, depois dessas aulas na escolinha, como vocês podem ver no vídeo:
“Ah muita coisa, quando estou dentro da água com ele, com o pessoal da escolinha, eu esqueço de muita coisa, esqueço cadeira, esqueço os problemas, esqueço a fisioterapia que é massante, esqueço uma penca de coisa. Lá dentro d’água “é” eu o Jê e o mar e pra mim eu nunca pensei que fosse conseguir passar daquela pedra que tem ali, da pedra do Recreio, mas passei, foi a melhor coisa do mundo.”
Pedi que Jorginha mandasse um recado para eles:
“Jê, Evellyne, não tem nem como agradecer a vocês, de coração mesmo, estão realizando um sonho muito grande e eu queria agradecer a toda família da Escolinha Jerônimo Telles que me ajuda e me apoia.”
Aqui todo esforço feito por Jê para fazer Jorginho surfar novamente
Fotos tiradas do álbum que Evelyne fez das gravações da matéria sobre Jorginho para TV Record.