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domingo, 6 de novembro de 2011

Surf sem Fronteiras.


Jorge Vinícius, o Jorginho, foi atropelado quando voltava de uma surfsession na Prainha, por um homem que dirigia alcolizado e hoje faz parte do projetoIgualdade para Todos, que foi criado por Evelyne Telles, professora da escolinha Jerônimo Telles, que fica no Recreio, no Rio de Janeiro. Jerônimo Telles é marido dela e a ajuda a realizar esse trabalho.

Hoje, no último dia do Brasil Surf Pro, que aconteceu na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, Jorginho conversou comigo sobre a sua nova fase de surfista adaptado e comenta como é viver esses momentos. 

Ele disse que agora seu próximo passo é surfar na Prainha, disse que se sente extremamente feliz e acolhido quando está na escolinha do Jê e faz elogios ao trabalho do Adapt Surf, porém acha que esses treinos deveriam se prolongar para mais de uma vez na semana, em períodos normais e não somente quando há eventos de surf,  para que as pessoas que não frequentam campeonatos de surf, também tenham acesso ao trabalho que eles fazem e para que os alunos tenham mais treinos no mar.
Perguntei ao Jorginho, como ele se sentia dentro da água, depois do acidente, se a sensação é a de “primeira vez”, ou se é como se ele revivesse os velhos tempos, ele me disse que se sente como uma nova pessoa, mas que a sensação é a mesma – “quando eu caio lá no Jê, tenho uma sensação muito boa, só não me sinto bem isolado. No meu coração, me sinto estranho quando fico isolado, isso pra mim não é inclusão, inclusão são todos juntos, pessoas com deficência, ou não, fazer as coisas separado é exclusão. Inclusão pra mim é o que eu faço com o Jê, por exemplo, estávamos treinando Rugby, quando acabava o Rugby, o pessoal da escolinha ficava todo junto, isso é inclusão.”

Perguntei também o que mudou então, depois dessas aulas na escolinha, como vocês podem ver no vídeo:
“Ah muita coisa, quando estou dentro da água com ele, com o pessoal da escolinha, eu esqueço de muita coisa, esqueço cadeira, esqueço os problemas, esqueço a fisioterapia que é massante, esqueço uma penca de coisa. Lá dentro d’água “é” eu o Jê e o mar e pra mim eu nunca pensei que fosse conseguir passar daquela pedra que tem ali, da pedra do Recreio, mas passei, foi a melhor coisa do mundo.”
Pedi que Jorginha mandasse um recado para eles:
“Jê, Evellyne, não tem nem como agradecer a vocês, de coração mesmo, estão realizando um sonho muito grande e eu queria agradecer a toda família da Escolinha Jerônimo Telles que me ajuda e me apoia.”

   
Aqui todo esforço feito por Jê para fazer Jorginho surfar novamente
Fotos tiradas do álbum que Evelyne fez das gravações da matéria sobre Jorginho para TV Record.

Por Priscila Boabeyd


Jovem paraplégico realiza sonho de surfar.

Reportagem com Jorginho e declaração do Wagner Montes: